O primeiro livro de Biblioteconomia que eu li

Minha memória não é exatamente meu ponto forte. Sou uma fisionomista razoável, mas tenho um problema para lembrar nomes, endereços, telefones, números de classificação, etc, etc, etc… Mas tem uma coisa que lembro com facilidade: livros cuja leitura me conquistou.

E hoje eu vou falar de uma dessas leituras: Sociedade e Biblioteconomia, do Oswaldo Francisco de Almeida Júnior. Esse livro é formado por textos escritos entre o fim da década de 1980 e início da década de 1990 e tratam da nada simples e pouco poética relação da Biblioteconomia com a sociedade brasileira. Continuar lendo

Serviço de referência: do presencial ao virtual – Resenha

ACCART, Jean-Philippe. Serviço de referência: do presencial ao virtual. Brasília, DF: Briquet de Lemos, 2012.

Todo e qualquer serviço de informação só possui razão de existir na medida em que se esforça para conseguir atender as necessidades informacionais da sua comunidade de usuários. Nesse sentido, todos os setores de uma biblioteca, por exemplo, desempenham um papel fundamental. Desde a obtenção de recursos, passando pela seleção de materiais e pelos processos de representação, até o momento em que o documento é consultado e/ou emprestado, cada tarefa desempenhada pela equipe da biblioteca visa, em alguma instância, atender a essas necessidades.

Entretanto, de todas essas atividades, existe uma que lida mais diretamente com o atendimento das necessidades de informação: o serviço de referência. E como o próprio título indica é justamente esse setor e suas nuances o foco do livro “Serviço de referência: do presencial ao virtual”, de Jean-Philippe Accart. Continuar lendo

#BiblioTermos – Entrevista de Referência

A entrevista de referência, também conhecida como entrevista de busca e entrevista de consulta, é definida como sendo uma “conversa entre o usuário e o profissional da informação visando identificar a exata necessidade informacional e formular a estratégia de busca […]” (CUNHA; CAVALCANTI, 2008, p. 152).

Geralmente, a entrevista de referência é o primeiro contato do usuário com um bibliotecário (ou outro profissional da informação). Lamy (1998 apud ACCART, 2012, p. 131) a define como sendo representante máxima da realização da própria função de referência. O fato é que, além de ajudar na definição dos termos de busca, ela é um importante meio para o estabelecimento de uma relação de confiança entre o usuário e a biblioteca. Continuar lendo

Arquivologia, Biblioteconomia, Museologia e Ciência da informação: o diálogo possível – Resenha

ARAÚJO, Carlos Alberto Ávila. Arquivologia, Biblioteconomia, Museologia e Ciência da informação: o diálogo possível. Brasília, DF: Briquet de Lemos: São Paulo, SP: Associação Brasileira de Profissionais da Informação, 2014. 200 p.

Preservar a memória por meio da guarda documental e, mais recentemente, possibilitar o acesso aos documentos que registram essa memória é uma das maiores e mais antigas preocupações da humanidade. Assim sendo, ao longo dos tempo, várias áreas de atuação e profissionais surgiram (e se especializaram) visando atender a essa necessidade.

De todas as áreas que se dedicam a organização, preservação e disseminação da informação três se destacam pela magnitude de suas origens e contribuições. São elas: Arquivologia, Biblioteconomia e Museologia. Cada uma delas contribui para que a humanidade se (re)conheça e cresça por meio da informação disponibilizada em diferentes formatos. Elas, apelidadas por Johanna Smit, de “três marias”, ganharam no início do século passado a companhia da Ciência da Informação. Estando essas quatro áreas dedicadas ao trato informacional vem a pergunta: “Em que pontos elas se encontram e dialogam entre si?” Continuar lendo

#BiblioTermos – Ficha Catalográfica

A ficha catalográfica (catalog card), também conhecida como ficha bibliográfica, contem a descrição das informações bibliográficas (autoria, título, editora, ano de publicação, número de identificação internacional, assuntos e etc) de uma publicação. A ficha, localizada no verso da folha de rosto, deve ser o último item a ser providenciado para uma publicação a fim de que as informações nela contidas descrevam a versão final de uma obra.

De acordo com Cunha e Cavalcanti (2008, p. 167) “o tamanho da ficha […] foi padronizado em fins do século XIX, em decorrência, principalmente, da impressão de ficha catalográficas em 1898 e sua posterior venda pela Library of Congress dos EUA […] Seu formato, de padrão internacional, é de 12,5 x 7,5 cm […]” Continuar lendo

As cinco leis da Biblioteconomia – Resenha

RANGANATHAN, Shiyali Ramamrita. As cinco leis da Biblioteconomia. Brasília, DF: Briquet de Lemos, 2009.

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Capa da edição brasileira de “As cinco leis da Biblioteconomia”

Clássico. Esse é o primeiro adjetivo que me vem a mente quando penso no livro “As cinco leis da Biblioteconomia”, de Ranganathan. Esse adjetivo é logo precedido por outros, como: indispensável, basilar, amplo e contemporâneo. Poucas obras mantiveram seu nível de relevância com o passar dos anos como esse livro.

Um dos motivos da manutenção da importância do trabalho de Ranganathan é a contribuição dele para estruturação da Biblioteconomia como área do conhecimento. Muito da Biblioteconomia praticada atualmente se deve as cinco leis elaboradas por Ranganathan e tão bem expostas nesse livro.

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Miséria da biblioteca escolar – Resenha

SILVA, Waldeck Carneiro da. Miséria da biblioteca escolar. 3. ed. São Paulo, SP: Cortez, 2003. (Questões da nossa época, 45).
Capa do livro "Miséria da biblioteca escolar"

Capa do livro “Miséria da biblioteca escolar”

O futuro das bibliotecas escolares de Fortaleza esteve em discussão no último mês. Discussão essa originada a partir da nada brilhante, porém não surpreendente proposta de alocação de professores afastados para administrar as bibliotecas escolares do município. Felizmente, a classe bibliotecária de Fortaleza está buscando evitar que essa alocação seja institucionalizada e sensibilizar a administração municipal para a necessidade de investir na melhoria da estrutura física das bibliotecas escolares e contratar (por meio de concurso público) bibliotecários para atuarem nas mesmas.
A boa notícia é que a proposta feita pelos bibliotecários, aparentemente, foi ouvida e será considerada e será considerada pela Comissão de Cultura, Desporto e Lazer da Câmara Municipal de Fortaleza. Enquanto esperamos (e cobramos) um desenrolar positivo para essa situação vamos falar um pouquinho de uma obra que discute o desmazelo com o qual a biblioteca escolar tem sido tratada historicamente no Brasil.

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Bibliotecários também pesquisam

Bibliotecários também pesquisam. E como pesquisam! E precisamos pesquisar ainda mais.

Por quê?

Porque a Biblioteconomia têm muitas questões incômodas que para serem eficazmente respondidas precisam que os “bibliotecários praticantes” compartilhem, discutam e construam experiências. Pesquisar pode nos ajudar a entender melhor nossa área de atuação, os usuários que pretendemos atender, conhecer colegas de profissão (essa é uma das funções dos eventos científicos) e ascendermos em nossa carreira profissional.

Esses e mais alguns outros motivos para investirmos na prática da pesquisa são expostos pela Carol Tenopir em Bibliotecários também pesquisam. Uma das coisas boas desse texto curtíssimo produzido pela Tenopir é que as recomendações dela são bem pontuais. Na verdade, o texto é uma espécie de “passo a passo motivacional” que busca incentivar os bibliotecários a desenvolverem (ainda mais) suas habilidades de pesquisadores. Continuar lendo

#NEWS – II Encontro de Estudos sobre Competência em Informação

Nota

Olá, pessoas!

Fazendo uma postagem rápida para convidá-los a participar de um evento que acabei de colocar no “flanelógrafo” do blog: o II Encontro de Estudos sobre Competência em Informação que terá como tema “Contribuições das teorias da aprendizagem para o desenvolvimento da competência em informação”. O evento é gratuito e ocorrerá no Auditório Raquel de Queiroz, CH2 da Universidade Federal, no dia 16 de abril de 2015, das 14h as 20h.

A inscrição pode ser feita no formulário disponível no seguinte link: http://goo.gl/cIBBV5

Programação do II Encontro de Estudos sobre Competência em Informação

Programação do II Encontro de Estudos sobre Competência em Informação

Livro digital e bibliotecas – Resenha

SERRA, Liliana Giusti. Livro digital e bibliotecas. Rio de Janeiro: FGV, 2014.

Capa da obra "Livro digital e bibliotecas"

Capa da obra “Livro digital e bibliotecas”

Quando eu ainda estava na graduação em Biblioteconomia uma das primeiras discussões com as quais me deparei foi acerca do crescimento dos livros digitais e a adoção desses materais pelas bibliotecas. Na época eu ainda era uma “purista-romântica-apaixonada-pelo-impresso” que não entendia como as pessoas podiam preferir o digital ao impresso. Como elas podiam não amar o livro?!?!?!?!?! Sim, eu já fui esse tipo de pessoa.

Mas e hoje? Continuar lendo