Eu, bibliotecária de referência

Quando eu estava na graduação atuar no setor de referência não era um dos meus “sonhos”. Eu não me imaginava fazendo o que faço hoje. Quando comecei a trabalhar, tanto em outros locais quanto no meu atual emprego, atuava no processo técnico. Ainda desenvolvo algumas ações nesse setor, inclusive. Sempre me via como alguém 110% bastidores, nunca na vida que eu, Izabel, ia ficar na frente de uma turma de metodologia apresentando um treinamento. Bem…

Obviamente, a vida resolveu que eu estava errada. Ou quase isso. Comecei aos poucos a me envolver nas atividades do setor de referência. Ajudar a administrar a fanpage e o blog (amo blogs!) da biblioteca? Posso sim. Aconteceu um imprevisto e não tem outro bibliotecário para acompanhar a visita guiada? Ok, eu consigo fazer isso. Dúvida de normalização? Senta aqui, vamos conversar.

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Tão bonitinha falando de Normalização… Fonte: Nadsa Cid

Em resumo: fui me envolvendo com essas atividades e passando a gostar muito de realizá-las. Passando até a sugerir novas atividades. Fui de “não acho que a referência seja pra mim” para alguém que passa horas preparando tutoriais, treinamentos, eventos, alimentando mídias sociais. E no meio de todo esse processo descobri o quanto a referência e eu combinamos.

Atuar nesse setor requer curiosidade, criatividade, tenacidade, jogo de cintura, uma boa dose de sangue frio e espírito de aventura. Acho que é justamente isso que me faz gostar tanto dele. Nenhum dia de trabalho é igual ao outro e quando penso que já vi tudo aparece um usuário – desculpa galerinha que defende uso do termo “cliente”, mas vocês (ainda?) não me convenceram – que me surpreende de algum jeito.

Nem sempre é surpresa boa… Um dia conto pra vocês as histórias nada agradáveis que já encarei. Mas hoje vou focar na satisfação que é ver uma turma inteira elogiar seu trabalho; na alegria de receber recadinho dizendo que sua explicação fez diferença; que o tutorial que você elaborou, além de útil, é completo e inovador; que uma coisa que você realizou fez com que alguém olhasse com mais carinho e respeito para o trabalho da biblioteca… Pode parecer pouco, mas, particularmente, fico muito feliz quando descubro que meu trabalho faz a diferença. Afinal, se não é para fazer uma diferença positiva, que sentido teria ser bibliotecária?

Se você chegou aqui porque se pergunta se “você e a referência combinam” pode curtir ler esse texto aqui onde dou conselhos – não prometo que sejam bons – pra futuros bibliotecários de referência. Se já trabalha/trabalhou na referência conta pra mim o que você mais gosta (ou odeia) nesse setor.

Até breve! 🙂

 

Conselhos para futuros bibliotecários de referência

Se você olha para o Setor de Referência e pensa “será que isso aí é pra mim?”, então essa lista de conselhos é pra você.

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E aí, concorda com a citação? Fonte: Adaptado de Pixabay

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Mais um texto sobre a importância de continuar a nadar

Uma das qualidades que mais aprecio nas pessoas é a capacidade de saber quais são seus pontos fortes e fracos. Considero essa qualidade indispensável para ser um bom profissional, mas pouca gente tem a capacidade de fazer essa auto-avaliação de maneira sincera.

Se você sabe no que é bom pode investir nisso e usar essas competências como seu cartão de visitas. Provavelmente seus colegas vão associá-las a você, vão dizer que elas são a sua cara. Invista nelas! Torne-se cada vez melhor no que você já domina. Sério! Não tenha medo de ser referência e de dizer “sim, eu sou bom em determinado tema ou atividade”. Dito assim parece arrogância, né? Mas se você consegue fazer algo e faz esse algo bem, qual o problema em admitir isso? Continuar lendo

Não tenha medo de ser uma bibliotecária atrapalhada

Eu sou uma pessoa atrapalhada e óbvio que essa característica também se reflete na bibliotecária que sou, ou seja, sou uma bibliotecária atrapalhada.

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Como diria a Dory: “Continue a nadar, continue a nadar…” Fonte da imagem: Pixabay

Ser uma bibliotecária atrapalhada significa, dentre outras coisas, derrubar incontáveis vezes os bibliocantos – perturbando assim o sagrado silêncio da biblioteca – gaguejar horrores, não ter metade do glamour e seriedade que deveria ter e, ao bancar a cerimonialista de um evento, trocar o nome da própria oficina que irá ministrar. Pois bem, essa sou eu e sou culpada de todas essas coisas. Continuar lendo

Ideias emergentes em Biblioteconomia – Resenha

PRADO, Jorge do (Org.). Ideias emergentes em Biblioteconomia. São Paulo, SP: FEBAB, 2016.

No começo desse ano apareceu um link na minha timeline que de cara chamou minha atenção. O link, compartilhado pelo Jorge do Prado, remetia para uma página que anunciava o breve lançamento de um livro intitulado Ideias emergentes em Biblioteconomia. Me inscrevi para receber informações sobre o desenvolvimento do projeto e alguns dias depois, recebi uma mensagem avisando que o livro já estava disponível pra download.

Download realizado, comecei a ler o livro e curti a leitura de todos os capítulos. Inclusive daqueles que abordam questões que não estão relacionados a questões que despertam meu interesse direto. Os capítulos tem o tamanho exato para te apresentar os pontos principais de cada tema abordado, problematizá-lo e te deixar motivado a pesquisar mais conteúdo sobre os temas abordados. Continuar lendo

Quem inspira você?

Hoje é Dia do Bibliotecário/a e resolvi passar por aqui para te fazer uma perguntinha: Quem inspira você profissionalmente?

Podem ser bibliotecários/as do passado e do presente. Podem ser (ex-)professores. Podem ser colegas de curso. Pode até ser um profissional que não seja da área de Biblioteconomia. O importante é que essa pessoa te ajude a encontrar equilíbrio na sua profissão e contribua para despertar o melhor que há em você.

A inspiração pode começar de muitas formas. Alguém pode ser inspirador (pra você) por uma série de motivos. Continuar lendo

Serviço de referência: do presencial ao virtual – Resenha

ACCART, Jean-Philippe. Serviço de referência: do presencial ao virtual. Brasília, DF: Briquet de Lemos, 2012.

Todo e qualquer serviço de informação só possui razão de existir na medida em que se esforça para conseguir atender as necessidades informacionais da sua comunidade de usuários. Nesse sentido, todos os setores de uma biblioteca, por exemplo, desempenham um papel fundamental. Desde a obtenção de recursos, passando pela seleção de materiais e pelos processos de representação, até o momento em que o documento é consultado e/ou emprestado, cada tarefa desempenhada pela equipe da biblioteca visa, em alguma instância, atender a essas necessidades.

Entretanto, de todas essas atividades, existe uma que lida mais diretamente com o atendimento das necessidades de informação: o serviço de referência. E como o próprio título indica é justamente esse setor e suas nuances o foco do livro “Serviço de referência: do presencial ao virtual”, de Jean-Philippe Accart. Continuar lendo

As cinco leis da Biblioteconomia – Resenha

RANGANATHAN, Shiyali Ramamrita. As cinco leis da Biblioteconomia. Brasília, DF: Briquet de Lemos, 2009.

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Capa da edição brasileira de “As cinco leis da Biblioteconomia”

Clássico. Esse é o primeiro adjetivo que me vem a mente quando penso no livro “As cinco leis da Biblioteconomia”, de Ranganathan. Esse adjetivo é logo precedido por outros, como: indispensável, basilar, amplo e contemporâneo. Poucas obras mantiveram seu nível de relevância com o passar dos anos como esse livro.

Um dos motivos da manutenção da importância do trabalho de Ranganathan é a contribuição dele para estruturação da Biblioteconomia como área do conhecimento. Muito da Biblioteconomia praticada atualmente se deve as cinco leis elaboradas por Ranganathan e tão bem expostas nesse livro.

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Bibliotecários também pesquisam

Bibliotecários também pesquisam. E como pesquisam! E precisamos pesquisar ainda mais.

Por quê?

Porque a Biblioteconomia têm muitas questões incômodas que para serem eficazmente respondidas precisam que os “bibliotecários praticantes” compartilhem, discutam e construam experiências. Pesquisar pode nos ajudar a entender melhor nossa área de atuação, os usuários que pretendemos atender, conhecer colegas de profissão (essa é uma das funções dos eventos científicos) e ascendermos em nossa carreira profissional.

Esses e mais alguns outros motivos para investirmos na prática da pesquisa são expostos pela Carol Tenopir em Bibliotecários também pesquisam. Uma das coisas boas desse texto curtíssimo produzido pela Tenopir é que as recomendações dela são bem pontuais. Na verdade, o texto é uma espécie de “passo a passo motivacional” que busca incentivar os bibliotecários a desenvolverem (ainda mais) suas habilidades de pesquisadores. Continuar lendo

Redes sociais para Cientistas – Resenha

SANCHEZ, Ana; GRANADO, António; ANTUNES, Joana Lobo. Redes sociais para cientistas. Lisboa: Nova Escola Doutoral –  Reitoria da Universidade NOVA de Lisboa, 2014.

Capa do livro Redes sociais para cientistas

Capa do livro Redes sociais para cientistas

Fazem algumas semanas que não posto resenhas, mas hoje vou quebrar esse ciclo e falar de um livro bem útil para os profissionais que não entendem muito de redes sociais, mas que querem/precisam construir perfis na web para si ou para as instituições em que trabalham. O livro em questão é Redes sociais para cientistas.

Como vocês devem está imaginando esse livro não foi idealizado para bibliotecários, mas para pesquisadores de um modo geral. Resolvi falar dele aqui porque a linguagem usada nele e o conteúdo são tão simples que mesmo que você nunca tenha ouvido falar de redes sociais dá pra construir uma noção do que se trata lendo as 56 páginas dessa obra. Eu sei que a maioria de vocês entende (ou pensa que entende) tudo e mais um pouco sobre redes sociais, mas tem muito bibliotecário que desconhece uma boa parte das ferramentas existentes – e convenhamos, ninguém é obrigado a saber de tudo – por isso acredito que esse livro pode ser bem útil. Então, vamos a obra! Continuar lendo