Identificação de autoria: Scopus Author ID e IraLis

Descrição da imagem: Figura com fundo vermelho. Centralizado no topo está escrito Identificadores de Autor. Na parte inferior direita aparece o desenho de um crachá. Nele predomina a cor verde claro.

Nas últimas postagens falei sobre o Orcid e o ReseracherID, que são os identificadores de autor mais utilizados no ambiente acadêmico. Porém, existem outras iniciativas menores e/ou centradas em nichos e plataformas específicas que também se dedicam a essa questão. No post de hoje vou apresentar duas delas.

Scopus Author ID

O Scopus Author Identifier é um código numérico criado e adotado pela base Scopus a fim de agrupar sob um mesmo código todos os documentos escritos por uma mesma pessoa. Diferente do Orcid e do ResearcherID, não é necessário realizar um cadastro, pois o identificador é criado pelo algoritmo da Scopus, todavia autores podem solicitar correções em seus nomes e ou trabalhos a ele vinculados, por exemplo. Esse identificador abarca apenas pessoas que tenham artigos indexados na referida base.

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O ResearcherID acabou?

Alguns dias atrás escrevi uma postagem aqui no blog explicando por quais razões você deve possuir e manter atualizado o seu ORCID. Hoje vou continuar falando sobre identificadores de autor ao tratar de um identificador que passou por um rebranding grande: o ReseracherID.

Criado em 2008 pela Thomson Reuters (atualmente denominada Clarivate Analytics) para atuar como um identificador único de autor e, assim, resolver problemas de atribuição de autoria de trabalhos acadêmicos, o ReseracherID, provavelmente, foi a primeira iniciativa desse tipo que atingiu significativa adesão entre pesquisadoras(es) ao redor do mundo.

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Preciso atualizar meu ORCID?

O ORCID, cujo nome completo é Open Researcher and Contributor ID, é um código numérico composto por 16 dígitos que busca criar uma identificação única para pesquisadoras e pesquisadores.

Sigla ORCiD está escrita nas cores cinza e verde. São cinzas as 3 primeiras letras e verdes as duas últimas. Abaixo dela está escrito, na cor cinza, "Conectando pesquisas e pesquisadores".
Descrição da imagem: A sigla ORCiD está escrita nas cores cinza e verde. São cinzas as 3 primeiras letras e verdes as duas últimas. Abaixo dela está escrito, na cor cinza, “Conectando pesquisas e pesquisadores”.

Numa das minhas participações no Plurissaberes Podcast (antigo BCHCast) expliquei de modo um pouco mais detalhado o que é o ORCID, como se cadastrar e em que situações ele é utilizado. Porém, por se tratar de um episódio introdutório, não consegui me aprofundar num aspecto em que pesquisadoras(es) brasileiras(os) costumam derrapar: a atualização do ORCID. Na postagem de hoje vou tentar preencher essa lacuna.

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Serviço de Referência remoto não é novidade

Percebo uma comoção em muitos colegas ao falarem do recente boom de atividades de referência realizadas de maneira remota. De fato, essas atividades tem se ampliado de modo consistente em anos recentes. Além disso, o contexto que temos enfrentado nos últimos 12 meses também acabou por fazer com que os profissionais, alguns até então bastante resistentes ao uso de chat, vídeo chamadas e mídias sociais etc., desembarcassem nesses e em outros ambientes a fim de seguirem atuando junto a suas comunidades. Antes tarde do que mais tarde.

Porém, como costuma acontecer sempre que alguma novidade sacoleja as rotinas da Biblioteconomia, todas essas mudanças tem feito parte de nós nos esquecermos que o Serviço de Referência realizado de maneira remota não surgiu agora. Essa é uma prática de, pelo menos, 40 anos e que já se apoiou em muitas tecnologias diferentes.

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Origens conceituais do Serviço de Referência

Uma das mais antigas definições de Serviço de Referência (SR) é a da bibliotecária Alice Bertha Kroeger que definia o SR como sendo “parte administrativa da biblioteca, que dizia respeito à assistência aos leitores no uso das fontes da biblioteca” (KROEGER, 1908, p. IX, tradução minha). Um tanto reducionista, não acham?

Essa e outras definições do SR refletem o cenário que deu origem a esse tipo de atividade. Afinal, ela surgiu para ajudar as pessoas que iam até as bibliotecas na consulta do catálogo, pois esses instrumentos eram difíceis de manusear. Sobre a estrutura dos catálogos de biblioteca no período de transição do século XIX pro XX sabemos que eles se caracterizavam enquanto “[…] inventários de coleções (como livros de tombo), em geral organizados em códices, ou seja, na forma de livro (DOTTA ORTEGA, 2010, p. 4). Consultar esses livros de tombo era moroso e requeria certo grau de expertise técnica para garantir que nenhuma obra útil passasse desapercebida.

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O Serviço de Referência precisa ser ativo

Pensar sobre o Serviço de Referência (SR) é abrir as portas para o sonho. E, como ultimamente sonhar tem sido algo tão difícil, quase anárquico, é bom a gente poder falar sobre os sonhos, as ideias, os planos.

Antes de mais nada, é importante entendermos que o SR sempre esteve associado a inovação e pioneirismo, a mudanças estruturais nas bibliotecas e, por extensão, na Biblioteconomia. Um exemplo disso é o fato de que uma das primeiras divisões da American Library Association (ALA), criada em 1889, ter sido formada por profissionais que atuavam no setor de referência das bibliotecas.

Óbvio que o contexto social impacta o SR e que, sendo ele dinâmico, sempre estão ocorrendo transformações em suas práticas. Até porque, por ser um serviço, ele acaba sendo mais maleável e adaptável do que os produtos informacionais. Mas se é assim, por quais razões ainda tratamos o SR como algo passivo e que consiste, basicamente, em esperar?

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#Resenha – 100 nomes da edição no Brasil

MARQUES NETO, Leonardo. 100 nomes da edição no Brasil. Rio de Janeiro: Oficina Raquel, 2020.

Em 100 nomes da edição no Brasil, Leonardo Neto se propõe a uma tarefa difícil: recuperar a trajetória das principais personalidades do universo brasileiro da edição de livros. A dificuldade da tarefa não vem apenas do fato de que muita gente boa ficou de fora (o que é praticamente impossível de não ocorrer em obras do tipo), mas também da carência de registros. Aqui parece que o dito popular “casa de ferreiro, espeto de pau” se confirmou e aqueles responsáveis por produzir e divulgar livros nem sempre deixaram muitos registros de suas atividades.

Descrição da imagem: Figura com fundo simulando papel amassado. Na esquerda aparece a citação: “Os perfis foram levantados a partir de entrevistas, pesquisas em livros, em jornais de época e em estudos acadêmicos, que serviram de lastro para as histórias contadas neste volume”. (MARQUES NETO, 2020, p. 11). Na direita aparece a capa do livro resenhado. A capa é formada por várias letras de fontes diferentes no lado inferior direito sobre fundo com formas geométricas coloridas. Nela há título, autor e editora. / Créditos da imagem: Izabel Lima
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#Resenha – Livro: edição e tecnologias no século XXI

RIBEIRO, Ana Elisa. Livro: edição e tecnologias no século XXI. Belo Horizonte: Moinhos: Contafios, 2018. (Pensar Edição).

Em Livro: edição e tecnologias no século XXI, Ana Elisa Ribeiro reúne parte de sua produção sobre a área de edição, com especial atenção para as discussões realizadas sobre o tema no âmbito da área de Letras. Mesmo com esse recorte a obra traz apontamentos importantes para todas as pessoas que se interessam pelos processos de produção e circulação do livro.

O primeiro capítulo, intitulado Questões provisórias sobre literatura e tecnologia: um diálogo com Roger Chartier, a autora parte da produção do pesquisador francês para refletir sobre as dinâmicas envolvidas nos processos de escrita, edição e leitura de livros. Gostei, particularmente, da autora pensar as relações entre práticas analógicas de produção e uso dos livros e tecnologias digitais enquanto movimentos que se influenciam mutuamente e não como antagonistas.

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7 livros de escritoras cearenses para comemorar o 7 de janeiro lendo

Dia 7 de janeiro é Dia do(a) Leitor(a) e para comemorar a data listei 7 livros de escritoras cearenses para você conhecer.

Imagem com capas das sete obras indicadas na postagem.

Andira, de Rachel de Queiroz (Literatura Infantil)

Amo esse livro! Nele, Rachel de Queiroz conta a história de Andira, uma andorinha que, após ser abandonada, é criada por uma família de morcegos. Essa é uma bela história sobre família e sobre a busca e construção do nosso lugar no mundo. Li quando era criança (peguei na biblioteca) e carrego a história comigo até hoje.

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Exercício de Escrita #1

— Eita! Lá vem o Gabriel. Deve estar vindo reclamar das faltas que professor de geografia não quis abonar.

— Boa tarde, fessora! Posso entrar?

— Pode, Gabriel. Mas aviso que se for pra pedir pra abonar faltas da disciplina de geografia eu não vou intervir não. O que seu professor decidiu, está decidido. E também não vou passar atividade pra compensar. Fizemos isso semestre passado com as suas faltas e olha no que deu!? Tá faltando muito de novo.

— Mas fessora, tenho um bom motivo. Teve uma morte…

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