O campus do Instituto Federal localizado na cidade de São José recebeu entre os dias 2 e 4 de agosto de 2018 o 36º Painel Biblioteconomia em Santa Catarina. Organizado pela Associação Catarinense de Bibliotecários (ACB), o evento contou com a participação de profissionais de vários estados brasileiros.
A edição deste ano teve como tema A formação política e os espaços transformadores de atuação do bibliotecário no contexto atual e contou com oficinas, palestras, apresentação de trabalhos e grupos de discussão. Um resumo do que rolou no evento você confere abaixo e também num moment que montei lá no Twitter e que reúne os tuítes que postei ao longo do evento com a tag #36PainelBiblio.

#PraCegoVer: Retângulo com fundo lilás. No canto esquerdo aparece, dentro de um losango, o número 36º. Centralizados na direita estão o nome, o tema, a data e o local do evento escritos na cor branca. Fonte da imagem: site do evento
Dia 02/08
Esse dia foi inteiramente dedicado as oficinas. Foram seis ao todo. Me inscrevi para participar da oficina Mulheres na Ciência da Informação e Biblioteconomia o que foi uma dupla sorte porque, atendendo ao clamor dos participantes, os oficineiros resolveram reuni-la com a oficina Questões LGBTQI na Biblioteconomia e Ciência da Informação. Pense numa combinação maravilhosa!
O conteúdo combinou perfeitamente. Na primeira parte a Franciéle Garcês e Nathália Romeiro discutiram patriarcado e como ele contribui para invisibilização das mulheres dentro da área de Biblioteconomia. Quantas vezes não atribuímos estereótipos nocivos as bibliotecárias e deixamos os bibliotecários isentos de críticas? Quantas pesquisadoras da área você conhece? Quantas tiveram seus nomes apagados da história simplesmente porque se valoriza menos o trabalho feminino? Essas foram algumas questões discutidas e o debate rendeu bastante. As oficineiras também apresentaram várias mulheres que fizerem e fazem história na área.
O segundo momento foi ocupado pela discussão trazida pelo Bruno Almeida. Ele pontuou vários marcos históricos do movimento LGBTQI+ para, em seguida, discutirmos como a Biblioteconomia e as bibliotecas podem contribuir no combate a homofobia e atuarem, de fato, como espaço de acolhimento. A oficina terminou com uma performance que só de lembrar meus olhos enchem d’água.
Dia 03/08
O segundo dia de evento começou com a conferência da profª Nélida González. A professora centrou-se na importância ética de pensarmos como os espaços informacionais devem ser estruturados para que possam fazer sentido para a sociedade e, assim, serem por ela apropriados. Ela tratou também do caráter poliepistemológico do estudo informacional e lembrou também que “toda ação de informação é sempre seletiva nos contextos humanos.”
Em seguida ocorreu a mesa-redonda As entidades e a discussão sobre ética e política. Essa mesa tratou de perfil profissional, da relação universidade e mercado e da necessidade da participação dos profissionais nas instituições de classe, como os conselhos e as associações.
As atividades da tarde começaram com os grupos de discussão. Foram três grupos ao todo sendo cada um deles centrado em um dos eixos do evento, a saber: eixo político e tecnológico, eixo educacional e eixo social.
Participei das discussões do eixo político e tecnológico e os principais pontos abordados foram:
- Não basta identificar as competências necessárias ao profissional da informação. É preciso pensar como usá-las, para que elas realmente servem;
- Profissional precisa ser reflexivo e crítico;
- Fomentar a Competência Crítica em Informação;
- Relação entre emoções e compartilhamento de notícias falsas (Quem é o responsável por compartilhar notícias falsas? Você.);
- Mensagens ultra-simplificadas.
Depois dos grupos de discussão ocorreu a palestra Reforma trabalhista: o risco da precarização da situação laboral do bibliotecário. Foram abordados os principais pontos de impacto dessa reforma, com destaque para terceirização (e quarteirização) das atividades fins, diminuição de benefícios trabalhistas e jornada intermitente. Essa apresentação pode ser resumida em: o/a trabalhador/a brasileiro/a está lascado/a.
Depois dessa palestra ocorreu a primeira rodada de apresentações de trabalho, mas não fiquei pois gripada pra c4ralh0.
Dia 04/08
Sabem o motivo que me fez ele sair do evento mais cedo no dia anterior? Pois é. Também me fez perder boa parte das atividades da manhã do terceiro dia de evento. Cheguei a tempo de ouvir o final da socialização dos debates dos grupos de discussão que aconteceram no dia anterior.
Depois do intervalo aconteceu a última conferência do evento cujo título foi Pós-verdade e fake news no contexto político e social brasileiro. Nela o prof. Marco Schneider falou das esferas de consumo, de gosto informacional (adorei esse conceito) e falou dos seis níveis necessários para a construção de competência crítica em informação. Depois disso aconteceu a segunda rodada de apresentações de trabalhos.
O evento trouxe temáticas bem atuais e todos/as os/as palestrantes e oficineiros/as se garantiram na exposição dos temas. Espero que os slides das apresentações e os resumos dos grupos de discussão sejam disponibilizados.
Ah, durante o evento também foram lançados os ebooks As contribuições de Paul Otlet para a Biblioteconomia e Bibliotecári@s Negr@s: ação, pesquisa e atuação política. O download das obras pode ser feito na aba ebooks do site da Associação Catarinense de Bibliotecários ou clicando aqui.
Vejo você no próximo post! 🙂
Oi, Bosco!
Que bom que você gostou. Espero que eles lhe acompanhem em ótimas leituras. 🙂
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Isabel, Boa tarde!!! Muito obrigado pelos marcadores de livros. São bonitos e bem feitos. Gostei de veras.BjsBosco Barroso
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