VALENTIM, Marta (Org.). Ambientes e fluxos de informação. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2010. 281 p.
Informações gerais sobre a obra

Coletânea composta por 14 capítulos escritos por autoras/es brasileiras/os. Além de textos da própria organizadora da coletânea, constam textos de Regina Belluzzo, Oswaldo Almeida Junior, Bárbara Fadel, dentre outras/os. Essa obra recebeu, até a data dessa postagem, 93 citações segundo as métricas fornecidas pelo Google Acadêmico.
O principal ponto positivo desse livro é reunir textos sobre os fluxos de informação existentes para além da biblioteca. Bibliotecárias que atuam ou tem interesse de atuar no ambiente empresarial podem tirar bastante proveito da leitura desta obra.
A seguir listo alguns trechos e conceitos que destaquei durante a leitura desse livro. As citações literais estão todas entre aspas duplas (” “). Essa listagem visa apresentar algumas das ideias expostas nos capítulos e, de modo algum substitui a leitura completa da obra.
Trechos destacados
Capítulo 1 (p. p. 13-22) –> Ambientes e fluxos de informação – Marta Valentim
- “A informação se constitui em elemento natural dos ambientes organizacionais, visto que toda ação tem origem na informação que por sua vez resulta em nova informação.” (p. 13)
- “Os fluxos de informação ou fluxos informacionais se constituem em elemento fundamental dos ambientes informacionais, de tal forma que não há ambiente informacional sem haver fluxos de informação e vice-versa” (p. 13)
- Fluxos de informação objetivam a ação.
Capítulo 2 (p. 24-53) –> Competências e novas condutas de gestão: diferenciais de bibliotecas e sistemas de informação – Regina Belluzzo
- “A discussão sobre o conhecimento não é nova. A novidade está justamente na incorporação do conhecimento como elemento-chave na gestão contemporânea. Nesse sentido, faz-se necessário que, a partir de uma visão desenvolvimentista, compreenda-se melhor a evolução gradual dos conceitos básicos que proporcionam ferramentas necessárias a uma gestão voltada para um futuro incerto e que possuirá características distintas da época em que as teorias da administração foram concebidas.” (p. 24)
- “É preciso desmistificar o lado mau, predatório ou agressivo da competição, para que aprendamos a descobrir a cooperação para a competição e a cooperação na competição” (p. 30)
- “[…] entende-se que a modernização das Bibliotecas ou Serviços de Informação, nesse cenário, está fortemente associada à competição, e a existência de fontes alternativas atuantes no setor é um estímulo poderoso para a persistência na busca por inovações. Estabelece-se, então, uma pressão para a constante modernização das fontes de vantagem competitiva”. (p. 30).
- “É preciso que as Bibliotecas ou Serviços de Informação adotem uma postura de trabalho voltada para o incremento de novas ideias e que fomentem o gosto pelo desafio, passando a encarar o problema como parte integrante da solução. Precisam ser consideradas como uma organização criativa. Uma organização criativa é aquela que valoriza o potencial para a competência, responsabilidade e ação, modificando uma prática vigente em nossa sociedade de promover um constante desperdício de potencial para aprendizagem e criatividade” (p. 40)
Capítulo 3 (p. 55-69) –> A interface entre o comportamento organizacional e o informacional – Cássia Regina Bassan Moraes e Bárbara Fadel
- “[…] pode-se dizer que o comportamento organizacional se preocupa com o estudo do que as pessoas fazem nas organizações e de como esse comportamento afeta o desempenho dessas empresas. Como esse campo de estudo está voltado especificamente para situações relacionadas com o emprego, enfatiza-se o comportamento relativo a funções, trabalho, absenteísmo, rotatividade, produtividade, desempenho humano e administração.” (p. 62).
Capítulo 4 (p. 71-81) –> Leitura, informação e mediação – Oswaldo Francisco de Almeida Júnior
- “Nosso pensamento caótico se estrutura, se organiza quando o exteriorizamos, empregando a escrita e a fala para isso. Isso significa que o conhecimento pessoal precisa, necessariamente, da relação com o mundo para se organizar, para fazer sentido. Da mesma forma, ele só se constrói a partir dessa relação. Ele, conhecimento, é ao mesmo tempo, individual e coletivo; é autônomo e dependente, interfere e recebe interferência; influencia e é influenciado; constrói novos conhecimentos e informações e é construído por conhecimentos e informações” (p. 72).
Capítulo 5 (p. 83-121) –> Análise de conteúdo aplicada à pesquisa sobre cultura informacional – Luana Maia Woida
- “A Ciência da Informação se releva suprida por perspectivas pouco aprofundadas sobre a cultura informacional. Essa insuficiência em relação a procedimentos de pesquisa sobre essa temática resulta em trabalhos com aprofundado moderado, os quais abordam a cultura a partir de uma perspectivas reducionista, enfocam, por exemplo, poucos elementos e, em casos mais graves, ressaltam somente um único elemento da cultura, sendo que o mais requerido/destacado para esse posto são os valores culturais.” (p. 85)
Capítulo 6 (p. 123-155) –> Gestão do conhecimento aplicada aos portais corporativos – Letícia Gorri Molina
- Portais corporativos = “São estruturas que utilizam as tecnologias de informação e comunicação para disponibilizar a informação corporativa e têm como objetivo prover ao seu usuário, geralmente seu colaborador, informações relevantes e que deem suporte à construção de conhecimento, à melhoria de sua atuação como colaborador e ao alcance das metas estabelecidas pela organização, frente ao ambiente competitivo no qual a organização está inserida” (p. 124)
- Portais corporativos devem proporcionar integração entre 3 camadas: física (diz respeito a localização atual e responsabilidade pela informação), formal (como a empresa define seus processos) e prática (como as pessoas naturalmente trabalham em conjunto).
Capítulo 7 (p. 157-169) –> Relações entre modelos mentais e comportamento informacional – Luciane Beckman Cavalcante e Marta Valentim
- “Os modelos mentais correspondem a todas as relações, interpretações, percepções, crenças, valores e imagens arraigados em nossas mentes, eles são tudo o que trazemos em nossa mente da nossa relação com o mundo” (p. 158)
- “O comportamento informacional dos indivíduos sofre influência da cultura informacional da organização e dos modelos mentais que tais indivíduos possuem sobre a informação e conhecimento” (p. 167).
Capítulo 8 (p. 171-181) –> Governança corporativa e a gestão do conhecimento no contexto empresarial – Elaine Cristina Lopes e Marta Valentim
- “Um dos melhores caminhos para atrair a atenção do mercado é através da divulgação de informações, o que concede aos investidores algo para analisarem de modo que eles possam determinar se uma oportunidade de investimento é boa ou não” (p. 173)
- “Grande parte do sucesso de uma empresa na relação com os investidores está condicionada ao fato desta garantir a homogeneidade das informações, promovendo um nível de transparência adequado às demandas do mercado” (p. 174)
Capítulo 9 (p. 183-201) –> Cenários prospectivos como instrumento para o planejamento estratégico empresarial – Cíntia Gomes Pacheco e Marta Valentim
- Visão prospectiva = permite orientar ações no presente, por meio de um processo estruturado e coordenado
- Alerta antecipado = planejamento a longo prazo tendo em conta caminhos alternativos para contornar possíveis dificuldades
- Estudo de cenários = usa descrições plausíveis de cenários alternativos para compreender as variáveis de um negócio.
Capítulo 10 (p. 203-216) –> Aspectos cognitivos que interferem na tomada de decisão em ambientes informacionais – Mariana Lousada e Marta Valentim
- “O comportamento decisório é diretamente influenciado pela restrita capacidade do ser humano em tomar decisões complexas, ou seja, sua habilidade/aptidão é limitada racionalmente” (p. 203)
- “O ambiente informacional no qual o responsável pela tomada de decisão está inserido deve oferecer subsídios informacionais, para [garantir] que as decisões serão embasadas não somente em elementos intangíveis, mas também em informações que foram compartilhadas internamente” (p. 215).
Capítulo 11 (p. 217-231) –> Mapas conceituais como ferramenta para a gestão do conhecimento, Cristiane Luiza Salazar Garcia e Marta Valentim
- Mapa conceitual = tradução visual das informações obtidas.
- “Os mapas de conhecimento se constituem em uma valiosa ferramenta da gestão do conhecimento, cuja aplicação na sistematização do conhecimento existente nas organizações é eficaz. Além disso, podem ser aplicados para facilitar o compartilhamento e a externalização de conhecimento dos indivíduos organizacionais” (p. 225).
- “Os mapas devem ser modificados à medida que o conhecimento se modifica, isto é, a atualização deve ser constante” (p. 229).
Capítulo 12 (p. 233-253) –> Fluxos documentais em ambientes empresariais: características, tipologias e usos, Danilo André Bueno e Marta Valentim
- “[…] o arquivo registra a existência organizacional, ou seja, permite resgatar a memória e a história institucional, preservando as informações através de documentos, o contexto em que foram geradas, suas estruturas, as decisões tomadas, as ações realizadas etc” (p. 234)
- “A fase de identificação documental consiste na investigação e na análise crítica sobre elementos da gênese dos documentos e do reconhecimento do contexto administrativo que gerou a documentação em qualquer organização” (p. 238)
- Discute as etapas da Gestão Documental Integrada (GDI).
Os capítulos 13 e 14 do livro são dedicados a apresentação de estudos de caso. São expostos, respectivamente, uma análise do processo de inteligência competitiva em indústrias de produtos naturais e o processo de gestão documental em ambientes empresariais.