ANTUNES, Irandé. Lutar com palavras: coesão e coerência. São Paulo: Parábola, 2005.
Informações gerais sobre a obra
Essa obra aborda uma questão que quase não aparece nas gramáticas sobre língua portuguesa: a coesão textual. A discussão proposta pela autora parte do que as pessoas querem dizer quando afirmam que falta coesão a um texto e também da ideia de que a língua é bem menos engessada do que alguns querem fazer crê.

A linguagem adotada na obra não é tão técnica e mesmo pessoas de outras áreas conseguem acompanhar o texto da professora Irandé sem grandes problemas. Esse livro conta com 529 citações no Google Acadêmico.
Abaixo apresento alguns trechos que destaquei durante a leitura desse livro. Lembrando que as citações literais estão todas entre aspas duplas (“ ”) e essa lista de modo algum substitui a leitura completa da obra.
Trechos destacados
“A língua é universal. Ter competência para saber usá-la adequadamente em textos bem organizados e relevantes é um direito de todos” (p. 21)
“Da compreensão que temos do que seja escrever vão derivar nossas atividades com a prática da escrita” (ANTUNES, 2005, p. 28)
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“Escrever é, como falar, uma atividade de interação, de intercâmbio verbal. Por isso é que não tem sentido escrever quando não se está procurando agir com o outro, trocar com alguém alguma informação, alguma ideia, dizer-lhe algo, sob algum pretexto” (p. 28, grifo da autora)
Escrita = atividade cooperativa (para estabelecimento de sentido); contextualizada; necessariamente textual; tematicamente orientada; intencionalmente definida; que retoma outros textos (referências).
“[…] o texto com sequência, em que se reconhece um tipo qualquer de continuidade, de articulação, é que constitui a normalidade dos textos com que interagimos” (p. 46)
Função da coesão no texto? Garantir a continuidade.
Relações textuais responsáveis pela coesão:
- Reiteração
- Associação
- Conexão
“A coesão do texto […] tem uma dupla função: a de promover e a de sinalizar as articulações de segmentos, de modo a possibilitar a sua continuidade e a sua unidade. Dessa forma, a coesão não apenas estabelece os nexos que ligam as subpartes do texto como também sinaliza, marca onde estão esses nexos e quais os pontos que eles articulam” (p. 164, grifo da autora).