#Resenha – Livro: uma história viva

LYONS, Martyn. Livro: uma história viva. São Paulo: Editora SENAC, 2011.

Começo essa resenha dizendo o seguinte: pense num livro bonito!!! Meu lado “pessoa que admira obras bem feitas” se regozijou com ele. ❤

Pronto! Agora posso falar do conteúdo.

O autor da obra é o professor e pesquisador da história do livro Martyn Lyons. Ele já visitou vários países pesquisando o tema e tem diversas obras onde se dedica a apresentar a rica e nada monótona história desse que é um dos mais importantes artefatos culturais já criados pela humanidade.

Fotografia colorida da capa da obra intitulada "Livro: uma história vida".

#PraCegoVer: Fotografia colorida da capa da obra intitulada “Livro: uma história vida”. O livro está na vertical e na sua capa veem-se lombadas de livros posicionadas sobre um fundo vermelho escuro. Além da obra em si, na parte inferior da foto há um bloco de anotações e uma caneta. Foto: Izabel Lima

Lyons usa uma linguagem acessível e agradável (parabéns ao tradutor Luís Borges pelo ótimo trabalho) para percorrer os 2500 anos de trajetória do livro. Ele começa na Mesopotâmia e termina falando sobre digitalização sendo que, entre um ponto e outro, a história da imprensa, o iluminismo e a globalização do conhecimento são abordados.

Nessa obra todos os principais momentos da história do livro são tratados. Porém, ao invés de se aprofundar nas minúcias de cada momento, o autor prefere abrir espaço para pontos que muitas vezes são negligenciados como, por exemplo, os códices mesoamericanos, os livros sanfonados japoneses e a literatura no mundo árabe.

Achei esse esforço de construir um texto que mostra uma visão da história do livro mais ampla, indo para além da Europa, um dos pontos mais fortes dessa obra. Outro aspecto super positivo são as imagens. No total são 220 ilustrações coloridas e elas complementam perfeitamente o conteúdo do texto.

Uma coisa que a obra de Lyons deixa bem clara é que, mesmo cada cultura possuindo particularidades na sua relação com os livros, sempre houve momentos em que eles foram envoltos numa atmosfera mágica ou foram intimamente associados ao poder ou foram execrados e queimados em praça pública. Às vezes tudo isso ao mesmo tempo. O livro, enquanto artefato cultural e nas suas variadas manifestações, vem acompanhando a humanidade de modo íntimo na sua trajetória de autoconstrução e isso faz com que ele seja temido e adorado.

No encerramento da obra, o autor reflete sobre a indústria do livro e não se deixa levar pela sanha dos que esbravejam que “o livro está morto!” Lyons argumenta que o que ocorre hoje é um questionamento do cânone e nos lembra que, num mundo tão desigual, o digital e o impresso ainda vão conviver por muito tempo.

A obra também conta com glossário, lista de bibliografia recomendada e um índice remissivo bem completo. A encadernação é excelente. Se você se interessa pelas questões relacionadas a história do livro, esse é um investimento que vale a pena.

Para concluir deixo uma pergunta / curiosidade: Você sabia que o livro impresso mais antigo é o Sutra do Diamante e que ele data de 868? 😉

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