CUNHA, Murilo Bastos da; AMARAL, Sueli Angelica do; DANTAS, Edmundo Brandão. Manual de estudo de usuários da informação. São Paulo: Atlas, 2015.
Na postagem de aniversário sobre Estudo de Usuários eu prometi resenhar o livro Manual de Estudo de Usuários da Informação. E como neste blog resenha prometida é resenha feita, eis a postagem de hoje.
O Manual de Estudo de Usuários da Informação é uma das publicações brasileiras mais recentes sobre o tema estudo de usuários. Na verdade, ele é o primeiro manual, escrito no Brasil, a abordar de maneira tão ampla essa temática. O livro é dividido em duas partes sendo a primeira dedicada aos aspectos históricos e teóricos sobre estudos de usuários e a segunda tem foco no uso desses estudos para o planejamento das ações de unidades de informação.

Capa e sumário do Manual
São 10 capítulos no total e é importante dedicar tempo para ler cada um deles. Especial atenção para o capítulo 5 – Fundamentos e modelos teóricos para o desenvolvimento dos estudos de usuários, pois ele tanto fecha a parte reflexiva do livro quanto fornece o embasamento teórico necessário para implementar as etapas do estudo em si que são descritas na segunda parte do livro. Ter esse embasamento é importante para você entender de modo mais profundo o que está fazendo, para que serve e qual modelo pode te ajudar a entender melhor sua comunidade.
Os capítulos dedicados as reflexões teóricas apresentam desde os conceitos básicos até um resumo dos principais modelos usados para embasar pesquisas desse tipo. Por ter essa amplitude de abordagem a obra acaba sendo útil para estudantes e profissionais em diversos estágios de suas pesquisas sobre o tema. O compilado feito pelos autores é útil para comparar modelos diferentes e ajuda a acompanhar a evolução e até a reformulação de alguns aspectos teóricos.
Na segunda parte, o foco é o uso dos estudos de usuários para o planejamento. Nela são apresentadas as etapas de construção de um estudo de usuários, então se você nunca realizou esse tipo de pesquisa ver o passo a passo esmiuçado ajuda a entender o que você precisa fazer e em qual ordem essas ações precisam ser realizadas. Porque não basta cumprir as etapas, é preciso realizá-las no momento certo para que seu estudo se desenvolva do modo mais tranquilo possível.
Os capítulos sobre amostragem e coleta de dados explicam as principais técnicas usadas nesse tipo de estudo, então de você tem dúvidas sobre como definir a amostra e coletar os dados, ler esse capítulos vai te ajudar bastante. Existem até “dicas” para elaborar as perguntas do instrumento de coleta de dados.
O Manual de Estudo de Usuários da Informação tem tudo para se tornar uma obra de referência da área, tanto dentro quanto fora da sala de aula, e eu não me surpreenderia se ele começasse a ser utilizado por bancas de concurso. A linguagem adotada é acessível e a lista de referência presente no final da obra é um bom embasamento para quem pretende aprofundar algum dos tópicos abordados no livro.