Bibliotecários também pesquisam

Bibliotecários também pesquisam. E como pesquisam! E precisamos pesquisar ainda mais.

Por quê?

Porque a Biblioteconomia têm muitas questões incômodas que para serem eficazmente respondidas precisam que os “bibliotecários praticantes” compartilhem, discutam e construam experiências. Pesquisar pode nos ajudar a entender melhor nossa área de atuação, os usuários que pretendemos atender, conhecer colegas de profissão (essa é uma das funções dos eventos científicos) e ascendermos em nossa carreira profissional.

Esses e mais alguns outros motivos para investirmos na prática da pesquisa são expostos pela Carol Tenopir em Bibliotecários também pesquisam. Uma das coisas boas desse texto curtíssimo produzido pela Tenopir é que as recomendações dela são bem pontuais. Na verdade, o texto é uma espécie de “passo a passo motivacional” que busca incentivar os bibliotecários a desenvolverem (ainda mais) suas habilidades de pesquisadores.

Vamos ler. Vamos pensar. Vamos escrever. Vamos publicar. Vamos pesquisar!

Vamos ler. Vamos pensar. Vamos escrever. Vamos publicar. Vamos pesquisar!

Claro que ler o folheto Bibliotecários também pesquisam não vai te transformar num pesquisador do CNPq num estalar de dedos, mas as dicas que ele trás podem sim ajudar no processo de iniciação a pesquisa.

Uma das recomendações da Carol Tenopir é buscar textos sobre métodos de pesquisa. E mesmo que você já tenha tido contato com esse tipo de literatura (na sua monografia, por exemplo) é sempre bom rever os textos com calma para se aprofundar em metodologias já conhecidas e conhecer novas.

Provavelmente, os livros de metodologia mais famosos aqui no Brasil sejam: “Metodologia do Trabalho Científico”, do Antônio Joaquim Severino; “Fundamentos de Metodologia Científica” ou “Metodologia do Trabalho Científico”, ambos de Eva Maria Lakatos; “Como elaborar projetos de pesquisa” e “Métodos e Técnicas de Pesquisa Social”, de Antônio Carlos Gil. Esses livros trazem o conteúdo básico sobre metodologia da pesquisa e é por eles que você deve começar suas buscas por informações metodológicas. Particularmente, gosto também de “Projeto de pesquisa: métodos qualitativo, quantitativo e misto”, do John W. Creswell.

É comum existirem livros que buscam mostrar a metodologia aplicada a um domínio específico do conhecimento. Na Ciência da Informação o livro que cumpre esse papel é “Métodos para a pesquisa em Ciência da Informação”, organizado pela Suzana Mueller. Esse livro não é um manual de metodologia, mas uma espécie de guia construído com base em relatos de experiência de pesquisadores da área. Esses relatos buscam ajudar outros pesquisadores no processo de escolha de métodos para suas pesquisas.

Outro elemento importante para quem pesquisa é a escrita e o conhecimento dos diferentes formatos de textos que compõem a literatura acadêmica/científica. Tem-se projetos, monografias, artigos, resenhas, dentre outros formatos. Para melhorar sua escrita você precisa, necessariamente, escrever. Então, pegue seu teclado e comece a praticar. Ler sobre produção textual também ajuda. Recomendo “Produção textual na universidade”, da Désirée-Roth e da Graciela Rabuske Hendges. É direto, didático, traz exemplos e engloba os principais formatos de texto adotados no meio acadêmico.

Vencidos os desafios referentes a pesquisa e as dificuldades de conciliar a vida de pesquisador com os afazeres diários de bibliotecário é hora de mostrar para o mundo os resultados que você obteve. E como fazer isso? Bem, a Carol Tenopir, em Bibliotecários também pesquisam, sugere publicação em periódicos, apresentação em conferências, newsletter, redes acadêmicas, redes sociais e/ou sites. O formato e local de divulgação devem ser escolhidos conforme o propósito da pesquisa.

No caso de periódicos é sempre bom conhecer o foco das publicações as quais você pretende submeter seu trabalho. Informações básicas sobre os periódicos brasileiros que se concentram nas ciências da informação estão listadas na aba “Periódicos” aqui do blog. Dependendo do enfoque adotado na pesquisa, você pode ter espaço nas publicações de outras áreas também.

Por fim, pesquisar requer disposição para questionar e aprender, além de um bocado de paciência. Não desistam no primeiro tropeço (e nem nos seguintes). Torço para que encontrem temas instigantes e que façam vocês se apaixonarem pela prática da pesquisa. Precisamos, cada vez mais, de “bibliotecários/arquivistas/museólogos praticantes” que cresçam por meio da pesquisa e também ajudem suas respectivas áreas a se desenvolverem.

9 respostas em “Bibliotecários também pesquisam

  1. Pingback: Indicando livros de metodologia | Estante de Bibliotecária

  2. Obrigada pela visita! Os comentários de vocês são uma motivação a mais para manter o blog ativo.
    Em relação a sua pergunta: esse é um tema complexo e espinhoso. Acredito sim que a Academia precisa urgentemente se apropriar de canais que permitam uma comunicação mais próxima e simples com a sociedade.
    Escrever artigos e outros textos acadêmicos é importante, mas atuar em divulgação científica é tão importante quanto. Já existem excelentes iniciativas sobre o tema no país, mas ainda precisamos avançar muito.

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Comentários

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