THE BRITISH LIBRARY. Preservação de documentos: métodos e práticas de salvaguarda. Tradução de: Zeny Duarte. 3. ed. rev. e ampl. Salvador, BA: EDUFBA, 2009.
A preservação documental é um conjunto de diretrizes e ações que tem por objetivo garantir o acesso (com qualidade) a informação contida nos mais diversos tipos e formatos de documentos pelo maior tempo possível. Apesar da definição concisa, essa não é uma tarefa nada simples de desempenhar. Na verdade, ela constitui-se em um verdadeiro desafio para bibliotecários, arquivistas e museólogos.
Apesar da relevância da temática, ainda há certo desconhecimento acerca dos aspectos inerentes a sua realização. Nesse sentido, livros como o “Preservação de Documentos: métodos e práticas de salvaguarda” acabam por contribuir para o preenchimento de lacunas, uma vez que apresenta de maneira simplificada e didática sobre as atividades relacionadas as várias etapas do processo de preservação.
O livro foi constituído a partir de textos do National Preservation Office, da British Library. Textos esses que foram elaborados para uso nas bibliotecas inglesas, mas que também podem auxiliar o trabalho de preservação desenvolvido por profissionais da informação brasileiros, uma vez que a deterioração de acervos documentais constitui-se numa preocupação mundial.
É importante compreender logo de início que “não se pode eliminar o processo de deterioração dos documentos com um passe de mágica, mas se pode retardá-lo.” (HOWES, 2009, p. 10). Esse entendimento é fundamental, pois é a partir dele que todo processo de preservação documental se desenvolve.
Outro ponto destacado logo no começo desse livro (e em outros trabalhos sobre o tema) é que existe uma diferença entre Restauração, Conservação e Preservação. Na obra em questão, cada uma é definida logo no começo da obra visando demonstrar que a Preservação é algo macro, pois trata-se de “uma política global, desde os aspectos administrativos e financeiros, até as investigações científicas sobre a constituição dos materiais e as mais simples medidas de higienização.” (HOWES, 2009, p. 11).
Após essas e outras conceituações necessárias a compreensão do tema, o livro “Preservação de Documentos: métodos e práticas de salvaguarda” adentra em sua parte mais pragmática, um vez que traz uma série de capítulos com descrições referentes aos tipos aos cuidados necessários a preservação do acervo. O livro traz dicas muito práticas como, por exemplo, uma metodologia simples para a realização de inspeções no acervo e outra para referente a construção para um plano de reação em caso de emergências (incêndios, inundações e etc). Além disso, materiais e técnicas para preservação (incluindo os riscos e outras desvantagens inerentes a seu uso) são apresentados de maneira objetiva.
O livro apresenta seu conteúdo de modo simples e conciso e isso é bom porque facilita um contato inicial com os principais aspectos da preservação documental. Notaram o “contato inicial” na frase anterior? Pois é. O livro é básico, é um guia para orientar quem precisa desse tipo de conhecimento, mas em momento algum substitui um curso onde o aprendizado tanto as questões teóricas quanto as práticas possa ser aprofundado.
Agora vamos a uma notícia chata.
Apesar de está em sua 3ª edição, o livro “Preservação de Documentos: métodos e práticas de salvaguarda” está esgotado. Entretanto, como o conteúdo foi elaborado a partir do trabalho do National Preservation Office (NPO) uma boa parte dele pode ser acessada gratuitamente (em inglês) no arquivo on-line do Preservation Advsory Center. Essa divisão do NPO foi reestruturada, mas muitos de seus arquivos foram preservados e disponibilizados on-line, o que ilustra bem a prática da preservação digital. Em português, vocês podem consultar o Plano de Gerenciamento de Riscos da Biblioteca Nacional brasileira. Esse plano é bem detalhado e vai permitir tanto o contato com alguns conceitos quanto com um produto oriundo dos esforços de preservação documental desempenhados por uma instituição que é referência para a atuação das demais bibliotecas brasileiras.
REFERÊNCIAS
HOWES, Robert. Apresentação. In.: THE BRITISH LIBRARY. Preservação de documentos: métodos e práticas de salvaguarda . 3. ed. rev. e ampl. Salvador, BA: EDUFBA, 2009.
+INFO
ARELLANO, Miguel Angel. Preservação de documentos digitais. Ciência da Informação, Brasília, v. 33, n. 2, p. 15-27, maio/ago. 2004.
COSTA, Marilene Fragas. Noções básicas de conservação preventiva de documentos. Rio de Janeiro, RJ: [s.n.], 2003.
SILVA, Rubens Ribeiro Gonçalves da. Preservação documental: uma mensagem para o futuro. Salvador, BA: EDUFBA, 2012.
Olá, professora!
A atualização foi realizada. Gostaria apenas de destacar que quando esta resenha foi publicada, este blog adotava, por padrão, apenas os elementos obrigatórios nas referências.
Com o passar do tempo e contato com debates relacionados aos processos de edição e publicação, passei a inserir outras informações e, por volta de 2018, a indicação de tradução passou a ser incluída nas referências das obras resenhadas. Tendo em vista que este projeto é mantido por uma única pessoa, ainda não consegui corrigir retroativamente as referências.
Agradeço sua sinalização de melhoria e também a sugestão de leitura para resenha.
At.,
Izabel
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Prezados Senhores, Bom dia!
O livro apresentado foi traduzido pela Professora Doutora Zeny Duarte, através da parceria entre a Britsh Library com a Universidade Federal da Bahia e sua editora EDUFBA.
Entretanto, na resenha do “Preservar é preciso” não é citado o nome desta tradutora. Sinto muito, por se tratar de uma atividade que merece reconhecimento, pela dedicação e disponibilização futura de um livro que tanto interessou, e ainda interesse, ao público da área. Assim sendo, gostaria de solicitar a citação do nome desta tradutora.
Aproveito e sugiro uma próxima resenha sobre o livro gerado a partir das três edições do supramencionado livro, o qual possui o título: A conservação e a restauração de Documentos na era pós-custodial, também publicado pela EDUFBA, conforme um dos site de venda:
https://www.fnac.pt/mp9498775/A-Conservacao-e-a-Restauracao-de-Documentos-na-Era-Pos-Custodial
Mais informações, no site da EDUFBA.
Agradeço,
Zeny Duarte
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