FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 53. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2016.
Nem só de livros de Biblioteconomia vive uma Estante de Bibliotecária…

Fotografia do Prof. Paulo Freire. Créditos da Imagem: Slobodan Dimitrov
Uma das melhores leituras que fiz esse ano foi a do livro Pedagogia da Autonomia, de autoria do professor Paulo Freire. Uma das primeiras coisas a me chamar atenção nessa obra foi a vitalidade da escrita de Paulo Freire. Seu texto é vivência e prosa da melhor qualidade.
A estruturação e o encadeamento das ideias e conceitos é fluído. A cada capítulo, por meio de uma escrita simples e limpa, o leitor vai sendo apresentado as ideias de Paulo Freire e tudo está exposto de uma maneira clara. Acredito que essa clareza surge, em parte, do fato do autor construir seu texto a partir da realidade por ele (por nós) observada e vivenciada. Os exemplos são inseridos nos pontos certos do texto e tudo é discutido e (re)discutido na medida exata.
Outro aspecto que salta aos olhos durante a leitura desse livro é a atualidade do discurso apresentado. Nada mais moderno e necessário do que uma educação que contribua para formação de sujeitos comprometidos com a construção de uma sociedade mais justa, responsável e menos violenta. O pensamento exposto por Paulo Freire visa justamente isso: contribuir para o desenvolvimento de uma educação que contribua para nos libertar de nossas visões preconceituosas e estereotipadas.
“A educação não vira política por causa da decisão deste ou daquele educador. Ela é política.”
Ao dividir o livro em três eixos principais – Prática docente: primeira reflexão; Ensinar não é transferir conhecimento; Ensinar é uma especificidade humana – Paulo Freire expõe as dificuldades do processo educacional ao mesmo tempo que mostra sua grandeza e propõe caminhos possíveis para superação dos problemas.
Com um texto tão encantador e tão atual, e sendo o ato de educar algo intrinsecamente humano, ler Paulo Freire é recomendação básica para todos nós.