O Dicionário define cabeçalho como sendo “[…] 2. Título de jornal ou doutra publicação periódica. 3. Conjunto de dizeres que encimam tabela, página de livro, formulário e etc.” (FERREIRA, 2001, p. 123). Na informática designa-se cabeçalho a parte com as informações complementares (remetente, data, hora e etc) de um conjunto de dados.

Catálogo por assunto na biblioteca da Universidade de Graz. Foto: Dr. Marcus Gossler
Na Biblioteconomia o cabeçalho, em inglês heading ou entry word, assume alguns outros significados, mas todos eles remetem a ideia de identificar e diferenciar uma entrada catalográfica. Segundo Cunha e Cavalcanti (2008, p. 61) cabeçalho é “palavra, frase ou símbolos […] que aparecem geralmente acima de uma entrada catalográfica para indicar sua inserção alfabética, e orientar quanto à pesquisa em catálogos, bibliografias e índices […].”
Quem conhece fichário manual sabe que cada obra recebia diversas fichas catalográficas, cada uma com um cabeçalho diferente. Essas fichas eram organizadas alfabeticamente em fichários específicos e o conteúdo dos cabeçalhos era fundamental para recuperar documentos. Em fichários automatizados pode não ser tão óbvia a existência de cabeçalhos, mas ela está presente quando estabelecemos a entrada principal, os assuntos e entradas secundárias de uma obra, por exemplo. A lógica por trás das ações é a mesma: estabelecer informações pertinentes para recuperação da informação.
Existem diferentes tipos de cabeçalhos. A seguir listo os principais.
Cabeçalho principal: Adotado para identificar a entrada principal de um item. Normalmente pessoas ou entidades ocuparão a posição de entrada principal, mas isso pode variar conforme natureza do documento.
Cabeçalho de forma: Reúne itens de um mesmo tipo, mas que são diferenciados pelo conteúdo. Exemplo: Obras de referência; livros; periódicos. Cada uma dessas obras teria cabeçalho específico e alocada em lugar diferente no catálogo e no acervo.
Cabeçalho de assunto: palavra(s) ou frase usada para descrever o conteúdo de um documento. Em um fichário manual uma obra pode ter quantas fichas de cabeçalhos de assunto forem necessárias, mas por questões de economia normalmente elas limitavam-se a cinco fichas (assuntos). Essa prática se reflete até hoje quando estabelece-se que um resumo deve conter entre três e cinco palavras-chave.
Cabeçalho secundário: Mais comumente denominado de entrada secundária, esse cabeçalho estabelece outras entradas importantes para a recuperação de um documento. Exemplos de entradas secundárias são os segundos e terceiros autores de uma obra, títulos ou entidades.
REFERÊNCIAS
CUNHA, Murilo Bastos da; CAVALCANTI, Cordélia Robalinho de Oliveira. Dicionário de Biblioteconomia e Arquivologia. Brasília, DF: Briquet de Lemos, 2008. 451 p.
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Miniaurélio Século XXI: o minidicionário da língua portuguesa. 5. ed. rev. ampli. Rio de Janeiro, RJ: Nova Fronteira, 2001.